A Praxe

junho 17, 2016

Após ter terminado o primeiro ano da faculdade (tecnicamente ainda tenho os exames de melhoria mas pronto) venho falar-vos do tão temido e polémico assunto: a praxe. O que eu quero dizer é que acabei o meu ano de caloira e agora posso - oficialmente - dar a minha opinião sobre a praxe, da perspectiva de quem é praxado.



 Como devem calcular não posso falar por todos, a praxe não é igual de Norte a Sul do país, nem sequer é igual em cursos da mesma faculdade, por isso a experiência que cada um de nós tem varia, e lamento todas as experiências desagradáveis que os meios de comunicação transmitem cá para fora. Também não vos posso dizer tudo, muito menos referir as atividades que praticamos dentro da praxe (desse lado pode estar um futuro estudante do melhor curso de Comunicação, e quem sabe um futuro frequentador da praxe de CC).

A Praxe nem sempre é o que pintam, e se têm uma opinião pré-concebida desfaçam-na, é impossível ter uma opinião sem participar na praxe (contudo, respeito a opinião das pessoas que são "anti-praxe").
Mas afinal o que é a praxe? Muitos dizem que a praxe é integração sem o sentirem, sem sequer o praticarem, dizem isso para aliciarem caloiros para os seus círculos privados de humilhação. "Graças a Deus eu entrei em CC", felizmente posso afirmar que pela minha experiência a praxe é mesmo isso: integração, cooperação, uma contínua atividade que tem como objetivo a transmissão de valores.
Foi a Praxe que me proporcionou os melhores momentos que vivi neste primeiro ano. A primeira semana de praxe foi uma incógnita, sabia que queria experimentar a praxe, mas não sabia que ia ser tão agradável (cansativo, mas sem dúvida recompensador). Não sabia que ia ser a Praxe a transmitir tanto amor ao curso (ao curso, não às cadeiras ...) e fazer com que ficasse nele.
Mas continuando, a primeira semana proporcionou-me o contacto com diversas pessoas, inclusive as melhores pessoas que podia pedir ao meu lado. As atividades são extremamente divertidas e gratificantes (especialmente a Praxe Solidária, sim isso existe, não é um mito).
Há sujidade, há esforço, há dedicação, mas nós não nos importamos. Da parte dos praxantes ... eles dão-nos muito mais, dão-nos o dobro do que nós damos a eles. Eles dão-nos tudo, são duros sim, isso não é mito, mas se não fossem também não poderiam dar tudo o que de bom recebemos: apoio, um ombro amigo. Isso para mim é o mais importante, porque para que interessa a Praxe se não somos todos um? Não só nós caloiros, nós curso.
A Praxe ensinou-me isto e muito mais, ensinou-me a valorizar os pequenos momentos, ensinou-me a ver como é a realidade.
A Praxe é um desafio, é coragem, é conhecer-nos a nós próprios, é crescermos ao lado das pessoas que nos acompanharão durante 3 anos (ou mais), é gritar em uníssono por um amor comum: o curso.
Não vos quero enganar, a Praxe é muito boa, sim, mas também requer força psicológica e empenho da nossa parte, porque no fundo: Dura Praxis Sed Praxis (A Praxe é Dura, mas é a Praxe).

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6 comentários

  1. Tenho as melhores recordações da praxe, tanto quando fui praxada e quando praxei. E é tão bom ter essas boas recordações :)

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    1. espero ter tão boas recordações de praxar também :)

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  2. Fui praxada, praxei e agora, quase a deixar a faculdade, posso dizer que 80% dos momentos que recordo com maior carinho foram vividos na Praxe ou/e com as pessoas que através dela conheci. Para quem vai agora para o Ensino Superior, o meu conselho é só um: experimentem para poderem formular uma opinião concreta e pessoal.

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    1. concordo com o que disseste! sei que a praxe ainda me vai propor muito bons momentos, agora do lado de praxante :) mas acho mesmo que só experimentando é que as pessoas podem ter uma opinião concreta.

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  3. O que fizeste ou foste "obrigada" a fazer na praxe?

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    1. olá! primeiro que tudo nunca fui obrigada a nada (nem nunca obriguei ninguém enquanto praxante), temos sempre a opção de dizer "NÃO" e eu disse-o porque não iria fazer nada contra os meus valores. sei que nem sempre é assim em todas as faculdades/cursos... infelizmente é a verdade.
      bem, quanto às coisas que nós fizemos, fazia-me lembrar muito os jogos tradicionais que se fazia na primária e nos escuteiros, não havia muito esforço físico, mas algum psicológico, sim vão-te chamar uns quantos nomes, mas se levares tudo na boa e na brincadeira percebes o principal da praxe que foi o que escrevi no texto!

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